PARTICIPAÇÃO
É preciso cuidar com afinco da Educação do seu filho. E frequentar as reuniões escolares é um excelente começo. Quer ver?
Texto Cynthia Costa
O professor do seu filho conhece suas expectativas em relação ao trabalho dele? E você: sabe exatamente como é o dia-a-dia da criança na escola? Sabe como ela se relaciona com o professor e os colegas? Se você frequenta as reuniões de pais e mestres e mantém um diálogo constante com os profissionais que cuidam da Educação do seu filho, provavelmente deve estar com todas essas questões esclarecidas e, portanto, sentindo-se mais seguro.
Sim, a reunião de pais e mestres não é um mero evento protocolar, que a escola organiza com o objetivo de dar algumas satisfações aos pais. "O objetivo das reuniões é compartilhar interesses e missões tendo em vista os benefícios para o aluno", define a pedagoga Isa Spanghero Stoeber, uma das autoras do livro Reunião de Pais - Sofrimento ou Prazer?, da editora Casa do Psicólogo.
Compartilhar é mesmo a palavra quando se fala nessas reuniões. Afinal, a relação entre a escola e os pais deve ser de parceria, como ressalta Carmem Silvia Galluzzi, autora do livro Propostas para reunião de Pais, da Editora Edicon. Para ela, as reuniões têm um grande poder de aproximar famílias e escolas. "Os pais recebem orientações, esclarecem dúvidas e, assim, estabelecem uma relação de confiança e cooperação com os professores."
Do ponto de vista social, estar presente nas reuniões também traz benefícios aos pais e, consequentemente, ao aluno, pois a troca de vivências é grande. "É importante que os pais dos alunos se conheçam e troquem experiências", explica Fernanda Flores, coordenadora pedagógica
Enumeramos aqui 8 razões para você sempre marcar presença nesses encontros e tirar o máximo proveito deles.
Sim, a reunião de pais e mestres não é um mero evento protocolar, que a escola organiza com o objetivo de dar algumas satisfações aos pais. "O objetivo das reuniões é compartilhar interesses e missões tendo em vista os benefícios para o aluno", define a pedagoga Isa Spanghero Stoeber, uma das autoras do livro Reunião de Pais - Sofrimento ou Prazer?, da editora Casa do Psicólogo.
Compartilhar é mesmo a palavra quando se fala nessas reuniões. Afinal, a relação entre a escola e os pais deve ser de parceria, como ressalta Carmem Silvia Galluzzi, autora do livro Propostas para reunião de Pais, da Editora Edicon. Para ela, as reuniões têm um grande poder de aproximar famílias e escolas. "Os pais recebem orientações, esclarecem dúvidas e, assim, estabelecem uma relação de confiança e cooperação com os professores."
Do ponto de vista social, estar presente nas reuniões também traz benefícios aos pais e, consequentemente, ao aluno, pois a troca de vivências é grande. "É importante que os pais dos alunos se conheçam e troquem experiências", explica Fernanda Flores, coordenadora pedagógica
Enumeramos aqui 8 razões para você sempre marcar presença nesses encontros e tirar o máximo proveito deles.
Na reunião de pais e mestres, tem-se a oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre a proposta pedagógica e a metodologia de ensino da escola onde seu filho estuda. Mesmo que você já tenha refletido sobre esses aspectos no momento da escolha da escola, é interessante se atualizar de tempos e tempos e repensar, nessas ocasiões, se aqueles ideais apresentados pela escola são mesmo compatíveis com os de sua família. Você pode, por exemplo, ter concordado de início com o fato de os professores passarem longos deveres de casa todos os dias. Mas, com o tempo, ao ver seu filho sempre atolado em lições e sem tempo para outras atividades, você pode passar a questionar essa atitude e a metodologia da qual ela faz parte. Nesse caso, é provável que, na reunião, coordenadores e professores expliquem por que, para aquela instituição, as tarefas diárias são consideradas tão importantes. "Nas reuniões, expomos aos pais a nossa proposta", sintetiza Carmen Silvia Galluzzi, psicóloga educacional do Colégio Oemar, de São Paulo, e professora do Centro Universitário Assunção (Unifai), também da capital paulista.
Ponto alto nas reuniões, o processo de aprendizado das crianças costuma ser discutido para que os pais possam acompanhar o desenvolvimento de seus filhos, ou, no mínimo, ter referências sobre a fase da criança ("Ela já devia estar lendo?", "E escrevendo?"). É também um momento propício para tirar dúvidas que surgem no ambiente doméstico, principalmente sobre as tarefas que são solicitadas aos alunos. "Posso ajudar meu filho no dever de casa?", "Por que é importante que ele faça todas as tarefas?", "Ele precisa estudar todo dia?".
É fundamental que pais e professores sintonizem suas cobranças e seus discursos. "Isso evita que a criança tenha conflitos", explica Isa Stoeber, referindo-se às situações em que os pais, por exemplo, cobram outros afazeres das crianças (como cursos extracurriculares), em detrimento do dever de casa. "É prejudicial quando os pais cobram uma coisa e a escola outra, porque a criança acaba se sentindo sempre em falta com alguém", conclui Isa, que também é terapeuta de família.
É fundamental que pais e professores sintonizem suas cobranças e seus discursos. "Isso evita que a criança tenha conflitos", explica Isa Stoeber, referindo-se às situações em que os pais, por exemplo, cobram outros afazeres das crianças (como cursos extracurriculares), em detrimento do dever de casa. "É prejudicial quando os pais cobram uma coisa e a escola outra, porque a criança acaba se sentindo sempre em falta com alguém", conclui Isa, que também é terapeuta de família.
"Será que a escola não está aplicando muitos trabalhos em grupo?", "Por que meu filho tem tanta coisa para estudar?", "Por que eles precisam de tantos livros didáticos?". Questões como essas são de interesse coletivo, portanto podem perfeitamente ser levadas para as reuniões de pais. O calendário anual, as excursões e as viagens e os materiais solicitados ao longo do ano também são assunto nos encontros. "A reunião de pais e mestres não visa o individual, mas sim o coletivo", diz Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da Escola da Vila, em São Paulo. Portanto, as informações que serão trocadas entre todos os presentes devem ser de interesse geral, evitando prolongar demais a duração da reunião. "O pai que sente que o filho tem alguma dificuldade ou particularidade que mereça ser discutida deve fazer isso em um horário reservado", completa Flores. Assim, para que o encontro se torne mais proveitoso, é interessante que os pais levem questões que poderão ser abordadas naquele momento, beneficiando a todos.
O comportamento de seu filho pode ser assunto na reunião de pais e é importante ficar atento a essas observações, já que a postura da criança pode definir o seu aprendizado e, claro, sua maneira de se relacionar com os professores e coleguinhas. É importante lembrar que nem sempre o comportamento da criança é o mesmo na escola e em casa, o que, muitas vezes, pode gerar diferentes impressões sobre ela (em casa, ela é extrovertida e falante, mas na escola tende a se fechar e a apresentar timidez; ou é irrequieta na escola, desobediente, enquanto no ambiente doméstico não apresenta tais sinais). Se os pais reconhecem essas diferenças, podem também buscar entender por que elas acontecem (falta de interesse na aula? Insegurança? Baixa auto estima? Distúrbio de atenção? Agitação demais?). Ou seja: conversando com os professores e outros pais, é possível perceber como o filho é visto pelas pessoas que o cercam e, assim, tentar ajudá-lo.
Para a especialista Isa Stoeber, existe hoje uma confusão acerca dos limites pedagógicos e educacionais. Por um lado, a escola acha que os pais estão delegando obrigações demais para a instituição (ensinar, educar, formar caráter); por outro, os pais reclamam que a escola não cumpre seu papel como deveria. O que muitos não percebem é que a relação deve ser de parceria e de cumplicidade, e as reuniões de pais e mestres têm a função de mostrar que isso é possível, chamando os pais para participarem e dividirem responsabilidades, lembrando que a formação em casa complementa a da escola e vice-versa. É função dos pais dar bons exemplos, estimular a criança a ler, mostrar a importância de ela cumprir com seus compromissos, entre muitas outras. "Os professores devem aproveitar as reuniões para explicar às famílias como elas podem estimular as crianças, ajudá-las nas pesquisas, com o dever de casa, mas sem, é claro, assumir completamente essas tarefas", esclarece Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da Escola da Vila, de São Paulo. Trabalhar em parceria - com cada um desempenhando o seu papel - é, ainda, essencial para a criança se sentir amparada e assistida.
Infância, pré-adolescência, adolescência... As fases do crescimento são muitas e cada uma possui suas particularidades. A escola e os pais precisam estar preparados para lidar com as questões que certamente irão surgir, enfrentando-as com naturalidade e respeito. Nas reuniões, pode ser discutido: o que é típico dessa faixa etária? Como agimos? Um exemplo: deve-se permitir ou não o namoro nas dependências da escola? São questionamentos que podem ser levados para esses encontros, com contribuições para a escola e as famílias em geral.
Muitas escolas, percebendo a dificuldade das famílias para lidarem com certos comportamentos dos filhos típicos da idade, aproveitam as reuniões de pais para promover palestras esclarecedoras. Com isso, a presença nesses eventos se torna ainda mais imprescindível. Quando se tem conhecimento, se consegue ajudar de forma mais eficiente. Uma palestra bastante ministrada nas escolas é sobre sexualidade. A intenção é mostrar para as famílias o quanto é fundamental tratar o tema com naturalidade, procurando sempre conversar com os filhos e manter uma relação de proximidade, amizade e cumplicidade. "A escola é um espaço capaz de abrir esses canais de debate e entendimento", acredita a professora Carmem Galluzzi.
Como você deve ter percebido, participar das reuniões de pais e mestres é muito importante para aproximar família e escola. E estas têm de se respeitar mutuamente. Se os pais criam uma relação de competitividade com a escola, alimentando o costume de falar mal dos professores, da organização do local e das mensalidades, por exemplo, é possível que a criança também passe a desrespeitar a instituição, o que pode prejudicar seu desenvolvimento escolar. A proximidade e a confiança entre escola e família, quando transmitidas aos alunos, fazem com que eles se sintam mais seguros, aprendam mais e se relacionem melhor.